Em conferência de imprensa, Octávio Machado comentou a actualidade futebolística em Portugal
Octávio Machado, director para o futebol do Sporting CP abordou, em
conferência de imprensa realizada hoje, na Academia Sporting, em
Alcochete, vários temas quentes do momento, desde as notícias que têm
saído na comunicação social sobre Jorge Jesus, ao caso Doyen e às
alegadas conversas tidas no balneário do V. Guimarães no último encontro
realizado na Luz. O dirigente ‘leonino’ comentou ainda a acção dos
agentes que perturbam a tranquilidade do futebol nacional com a sua
forma de fazer comunicação, deixando um ponto importante bem claro: não
contem com o Sporting CP para alimentar este clima de descredibilização.
“Todos, responsavelmente, devíamos ter um comportamento que
permitisse que este Campeonato, que tem sido extraordinário, com jogos
de grandíssima qualidade, e manter uma conduta de harmonia com essas
responsabilidades. Mas, infelizmente, há quem não pense assim. No início
da temporada foi evidente a criação de factos para criar confusão, como
os SMS’s que nunca foram vistos. Foi uma comunicação trafulha e agora, a
duas jornadas do fim, voltamos a toda aquela intimidação.
Incompreensivelmente, quando pessoas irresponsáveis deviam ter uma
conduta de tranquilidade, nestas últimas duas semanas assistimos a algo
que nos deixa muito preocupados. Nunca pensámos que as coisas poderiam
chegar a este ponto, mas foi uma comunicação que veio da política e que
no futebol está a ter o mesmo comportamento: destrói a credibilidade do
futebol, dos seus intervenientes, põe tudo em causa e isto merece da
nossa parte um reparo, uma indignação enorme”, começou por dizer Octávio
Machado, continuando: “Tudo o que foi dito a semana passada em relação
ao treinador do Sporting CP, ao Sporting CP, à Doyen, em vésperas de um
jogo importantíssimo, não é ingénuo. A nossa resposta foi a que se viu.
Depois, durante a semana, decidiu-se tentar desvalorizar isto e falar no
árbitro. Este árbitro é o mesmo que não expulsou o Renato Sanches nem o
Jardel por duplo amarelo. Os agentes perturbadores do futebol às vezes
estranham algumas coisas, mas outras não acham estranheza nenhuma.
Contra o V. Setúbal, um dos jogadores que mais se tem destacado na
equipa, que está envolvida na descida divisão, não jogou. Não
surpreendeu ninguém, foi tudo normal. O anomal é só com os outros. A
falta de vergonha já ultrapassa todos os limites”.
“Dizer que se sabe o que é dito no balneário dos adversários é
qualquer coisa que nunca se tinha visto no futebol português. Para
afirmar com convicção só pode ser com agentes infiltrados ou escutas. A
partir de agora, penso que tudo é possível, interessa é ganhar. Com
estruturas que trabalham assim, com estes comportamentos, começo a
pensar que tudo é possível e percebo melhor que nunca as declarações do
Sérgio Conceição, onde disse que passou uma semana terrível e que,
espante-se, não só em termos de futebol, Portugal vinha abaixo se
ganhássemos ou empatássemos aqui. O que leva alguém que já no primeiro
jogo tinha sido ‘comido’ em casa com os ‘penalties’ que nunca se marcam,
mas existem, a dizer isto? E isto poderá interpretar-se que é fruto de
um clima de terror, coacção, intimidação, que está criado no futebol
português e que atingiu os seus limites nesta ultima semana. E só
encontro uma justificação: a grande exibição e o grande resultado do
Sporting CP no Dragão”, explicou o director para o futebol dos ‘leões’,
concluindo: “Todos nós já fomos alvo de queixas. O que desejamos e
aquilo para que vamos contribuir é para que estas duas últimas jornadas
corram da melhor forma. Vamos tentar ganhar os jogos. Não contem
connosco para alimentar este clima, mas temos de o denunciar. Não
estamos cá para meter tudo em causa. Contribuímos com espectáculos e
massa adepta apaixonada. Queremos e precisamos de tranquilidade para
estas duas últimas jornadas. Não contem connosco para esta tentativa de
criação de factos fictícios. Não respondo ao director de comunicação que
falou das SMS’s, enquanto este não as mostrar. É uma pessoa pouco
credível. Se calhar confunde os 600 mil com os 600 milhões do BES. É
esse número que anda naquelas cabeças”.
Sem comentários:
Enviar um comentário