sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CANDIDATO Á PRESIDENCIA DO SCP


Pedro Madeira Rodrigues reconhece mérito a Bruno de Carvalho, mas diz que o modelo esgotou. O atual presidente é, para o candidato, sinónimo de títulos mas para um dos rivais.

Quer elevação na campanha, numa candidatura aberta a todos. identifica os problemas e deixa a apresentação de soluções para uma segunda oportunidade. Jorge Jesus é o treinador e promete manter-se “fora de jogo” durante a campanha.

“Este é o primeiro passo do Sporting do amanhã”. Foi com esta frase que Pedro Madeira Rodrigues iniciou a sua apresentação a candidato a presidente do Sporting Clube de Portugal, numas eleições marcadas para o mês de março 2017.

Recordando o simbolismo do Hotel Radisson, em Lisboa, onde “em 2002 o Sporting festejou o último título (no futebol)”, Madeira Rodrigues assumiu-se como uma alternativa. As primeiras palavras foram dirigidas ao atual presidente, Bruno de Carvalho, de quem espera “elevação e respeito” na campanha que agora se vai iniciar, lembrando que são “ambos” sportinguistas.

Madeira Rodrigues reconheceu méritos ao atual presidente dos leões. “O que fez pelo clube em determinado momento, por romper uma espécie de dinastia (referindo ao período apelidado de “Roquetismo”) que o estava a corroer”, começou por dizer. No entanto, segundo o agora candidato, “infelizmente não foi capaz de manter um projeto coerente e sustentável. Hoje limitamo-nos a navegar à vista, sem rumo”, alertou.

Pretendendo marcar um estilo diferente de liderança, deixou críticas ao atual presidente. “O modelo de gestão de Bruno de Carvalho está esgotado”, frisou. “A falta de liderança como as fugas de campo quando perdemos com o Braga ou as voltas olímpicas (com o Belenenses)”, são disso exemplo.

Para Pedro Madeira Rodrigues "Bruno de Carvalho tem sido sinónimo de títulos..., mas para um dos nossos rivais”, apontou.

“Quero que os meus filhos saibam o que é o Sporting campeão”

Como em qualquer candidatura que se preze há sempre uma história pessoal por detrás do candidato. Recordando que “como qualquer um” entrou na família sportinguista “pela mão” do pai, sócio “há 35 anos”, jogou futebol na “formação leonina” quando o presidente era “João Rocha”, conhecendo os treinadores “César Nascimento e Osvaldo Silva”, recordou. “Sei o que é a responsabilidade da entrada na porta 10 A”, conta, e diz ter “uma obsessão pela vitória”.

Ligado a uma candidatura “há seis anos”, foi responsável pelo guião do “Musical Sporting”, que lhe valeu o Prémio Stromp e foi “uma oportunidade para me apaixonar e conhecer melhor o nosso clube”, frisou. “Está na altura de retribuir aquilo que o Sporting me deu”, assumiu.

Assumindo que quer ver o clube “sempre na frente”, deseja ser “presidente do Sporting Clube de Portugal”, contando “com todos, numa candidatura aberta a todos".

Quero que os meus filhos (que estavam na sala na conferência de imprensa) saibam o que é o Sporting campeão”, disse.

“Jorge Jesus é o treinador”

A formação e o ecletismo são as bandeiras quer erguer. Sem desejar imiscuir-se na parte desportiva e prometendo que tudo fará “para não prejudicar as equipas” durante o período eleitoral, garante que “Jorge Jesus é o treinador” caso seja eleito.

Pedro Madeira Rodrigues afirmou ainda que tomou a decisão final de se candidatar “no dia que o Benfica perdeu com o Marítimo”. A apresentação, que estava para acontecer “após o jogo da receção ao Braga”, não aconteceu “por causa da nossa derrota em casa e foi só agora depois de uma vitória”, justificou.

Recordando que Portugal é o país campeão europeu, disse que “os grandes clubes têm de servir de exemplo. Acredito que com a nova geração de dirigentes podemos ajudar o desporto português a ser sinónimo de festa, e não desta guerrilha permanente. O Sporting tem de dar o exemplo para o desporto nacional", concluiu assumindo que terá um estilo de liderança diferente.

João Benedito: “conto com o apoio dele”

Madeira Rodrigues dirigiu-se durante a sua apresentação aos grupos de apoio dos leões: "Quero dar ainda uma palavra especial às claques e núcleos, que sempre apoiaram as nossas equipas. Acreditem, porque são a nossa grande força e, comigo na presidência, vão voltar a ser felizes como merecem".

Questionado pelos jornalistas sobre o balanço do atual mandato disse estar identificado o problema: “a ausência de um projeto desportivo”. Mas mais que falar em problemas disse procurar “apontar soluções”, algo que quando questionado sobre quais seriam remeteu a apresentação das mesmas para mais tarde.

Pedro Madeira Rodrigues referiu ainda contar na sua candidatura à presidência do Sporting com o apoio de João Benedito (ex-guarda-redes de futsal), que considera “um símbolo”. “Revê-se no que defendemos e conto com o apoio dele", frisou.

“Qualquer outra candidatura que surja vai ajudar Bruno de Carvalho”

Sobre eventuais novos candidatos disse esperar que as eleições sejam um “debate a dois” porque defende que “qualquer outra candidatura” que venha a surgir “vai ajudar indiretamente Bruno de Carvalho” e tornará, por isso, “mais difícil esta mudança que é necessária”.

O candidato à presidência do Sporting defendeu ainda “uma gestão rigorosa” e prometeu ser capaz de “angariar investimento”. Recordou o passado recente do período apelidado de “Roquetismo”, durante o qual “passou gente séria”, mas em que se “foi corroendo o clube” e “afastando as direções dos sócios”. Para Pedro Madeira Rodrigues “Bruno de Carvalho trouxe um “élan novo”, mas os resultados “estão aquém das expectativas”.

Questionado sobre as relações com o Benfica e com o presidente Luís Filipe Vieira, Madeira Rodrigues referiu apenas querer o fim da "guerrilha permanente".

Pedro Madeira Rodrigues, antigo secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, referiu ainda que deixou o trabalho que tinha e está focado na campanha para a presidência do Sporting. Para o candidato, no que toca a eventual remuneração do presidente a palavra caberá aos sócios. "Larguei o meu ordenado, vou ter de continuar a viver. Mas vou deixar à consideração dos sportinguistas. Pelo Sporting não consigo ver as coisas como sendo um sacrifício. É um grande privilégio", garantiu.

Por fim garantiu ainda que a candidatura é para levar até ao fim: "Eu larguei tudo pelo meu Sporting. Vou até ao fim e estou mesmo convicto de que vou ganhar estas eleições".

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